por Felipe Carvalho
Quando eu soube que a obrigatoriedade do diploma de jornalismo havia caído, eu fiquei transtornado. Muito pelo lado pessoal, por eu estar cursando jornalismo mesmo.
Usei argumentos de que pra ser jornalista “é preciso técnica e isso só se aprende na faculdade”, disse que “a qualidade da produção jornalística irá cair”, gritei a todos que é um erro.
Eu dormi pensando nisso, acordei pensando nisso. Já preparava milhões de argumentos para escrever um texto a favor do diploma, até que fumei dois cigarros e percebi a real da situação.
– A parte técnica que eu aprendi em 4 anos de faculdade de Jornalismo, poderia ter sido reduzido a um curso de NO MÁXIMO 2 anos.
– Muitas empresas jornalísticas não exigem o diploma para o exercício da profissão: a A Crítica é uma delas; a Folha de São Paulo (a.k.a jornal impresso mais vendido e de maior influência do país) também não.
E ai? A qualidade deles é questionável?
Não respondo pelo (algumas vezes bairristas) jornal A Crítica, mas a Folha de São Paulo tem um trabalho inquestionável tudibom.
Lí no twitter o post de algumas pessoas exigindo ao menos UM argumento convincente de que “jornalista não precisa de diploma”. Dou-lhes UMA família inteira de argumentos: Rodrigues.
Basta conhecer um pouco a história do pai e irmãos do Nelson Rodrigues para saber. Alguns deles, como o próprio Nelson Rodrigues, nem terminaram os estudos mas se eternizaram e podem ser tomados como exemplos de excelentes profissionais do jornal.
Jornalista precisa de mais coisas que não só o diploma. E são coisas que não são ensinadas na faculdade.
Agora, qualquer um pode ser jornalista, sim. O difícil é encontrar pessoas que querem SER jornalistas.
Ô profissão ingrata.
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